Como Foi Descoberto o Leite de Vaca?

O leite e seus derivados estão presentes na mesa de muitas pessoas ao redor do mundo e seu consumo contribui para o fortalecimento da saúde. No entanto, você talvez já tenha considerado estranho o hábito de consumir leite produzido por vacas (embora existam opções de leite de outros animais e até de vegetais é o mais popular) para alimentar seus filhotes.

Mas, afinal como o seu humano descobriu que poderia consumidor o leite de vaca? E como o organismo das pessoas se acostumou a fazer algo para que não foi preparado? Continue lendo para encontrar essas e outras respostas.

Desde Quando o Ser Humano Bebe Leite de Vaca?

Os primeiros registros de pessoas ordenhando vacas para consumir seu leite remonta a 6 mil a.C. em territórios que hoje correspondem a Inglaterra e a Europa Ocidental. Esses registros consistem em pinturas rupestres de cerca de 5 mil a.C. em que há pessoas ordenhando vacas para consumir seu leite e até mesmo indicações do processo de fabrico de queijo.

Leite Divino

O leite teve uma fase divina na história assim como o chocolate. O povo egípcio usava a bebida, em torno de 3.500 a.C., com finalidades religiosas da mesma maneira que outras civilizações e tribos. A vaca era um animal adorado e recebia culto dentro dos templos, para se ter uma ideia o leite era tão famoso nessa época que chegou a ser mencionado por Heródoto e Aristóteles nos seus registros.

A vaca é considerada divina pela civilização Védica (Índia), pela mitologia hindu e pelos gregos. Inclusive os gregos têm várias lendas com leite, todas elas têm relação com Zeus. No Brasil há uma lenda de que comer manga com leite faz mal, essa história foi alardeada na época da escravatura para que os escravos não consumissem a fruta e nem bebessem o líquido dando prejuízo para os fazendeiros.

Mas, Afinal Beber Leite é Estranho?

Biologicamente falando é estranho o ser humano consumir leite de vaca. Ao nascer os bebês produzem em seu organismo uma enzina chamada lactase que os ajuda a digerir a lactose (tipo de açúcar diferente daquele presente em doces e frutas) presente no leite materno. Após o período de amamentação os bebês deixam de produzir lactase tornando difícil fazer a digestão da lactose presente no leite.

Adultos que não produzem lactase podem apresentar episódios de cólicas, gases e diarreia após consumir leite e seus derivados em grande quantidade. Em outros mamíferos não existe a presença de lactase na vida adulta. Cães, gatos e vacas adultos não tem essa enzina ativa. Certamente os primeiros humanos a consumir leite de vaca tiveram muitas complicações como gases e diarreia.

A Evolução

 Como o ser humano passou a consumir sistematicamente leite de vaca a enzina lactase dos bebês começou a se manter ativa na idade adulta em decorrência de mutações numa parte do DNA. Trata-se de um processo evolutivo que eliminou os efeitos colaterais do leite para boa parte das pessoas.

Há cerca de 5 mil anos surgiu o alelo da persistência da lactase no sul da Europa e o mesmo fenômeno teve início na Europa Central há pelo menos 3 mil anos. Esse traço genético se mostrou mais pertinente em algumas populações como no norte da Europa (cerca de 90% da população possui o alelo) e em algumas populações da África e do Oriente Médio.

No entanto, há muito povos dentre os quais esse alelo e bastante raro em especial em alguns pontos da África, na América do Sul e no continente asiático. Muitos asiáticos tem grande resistência à ideia de consumir laticínios porque se sentem doentes após beber leite. A característica genética evoluiu em pastores de animais que tinham como hábito beber leite enquanto que em povos coletores e caçadores não foi um traço evolutivo.

Nutrientes

Há algum tempo o governo chinês vem buscando meios de incentivar a população a aumentar o consumo de leite e derivados por ser essa uma excelente fonte de nutrientes. No entanto, os chineses ainda são bastante reticentes e consideram esquisito beber leite e comer queijo que para eles nada é mais do que um leite estragado.

Beber leite pode ser bastante positivo para a humanidade – embora o organismo originalmente rejeitasse a ideia por meio da dificuldade de digestão – por ser uma excelente fonte de nutrientes. Contudo, há muitas fontes distintas de nutrientes que podem ser escolhidas pelas pessoas que não estão seguras quanto a beber leite.

Quem não possui o alelo da persistência da lactase pode ingerir quantidades pequenas de lactose sem problemas então é válido adicionar um pouco dessa fonte nutricional no seu dia a dia. Lembrando que já existem alternativas como leites vegetais e medicamentos que auxiliam na digestão da lactose. Consulte um médico para decidir qual é o melhor caminho.

Processamento do Leite

Quando o leite é processado como creme, queijo, manteiga, iogurte entre outros tipos de alimentos tem sua quantidade de lactose reduzida. Em queijos duros como o cheddar há a presença de menos de 10% de lactose quando comparado com o leite. Manteiga e creme amanteigado possuem a menor quantidade de lactose dentre todos os derivados.

O queijo parece ter sido inventado quase ao mesmo tempo em que o ser humano começou a beber leite para reduzir os problemas gastrointestinais que causava. No ano de 2018 arqueólogos descobriram alguns fragmentos de cerâmica no território que hoje corresponde a Croácia em que há ácidos graxos dando a entender que era usado para separar a coalhada do soro do leite, algo fundamental para fazer queijo.

Processamento do Leite

Processamento do Leite

Talvez essa conclusão esteja errada, no entanto, se realmente a cerâmica fosse usada para o fabrico de queijo significa que o derivado de leite já era produzido há 7,2 mil anos. Há outras evidências parecidas que datam de mais de 6 mil anos encontradas em alguns pontos da Europa. Antes da persistência da lactase se tornar uma realidade para os europeus e eles poderem consumir leite sem ter fortes dores de barriga.

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Comida

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