Origens e Lendas
O café tem sua origem atribuída à África ocidental, porém foi na Arábia que passou a ganhar prestigio e a ser consumido de forma semelhante a dos dias atuais. A lenda existente é que um pastor árabe estava a observar seu rebanho de cabras e notou que algumas delas demonstravam-se excitadas e saltitantes ao consumir as bagas de um determinado arbusto.
Interessado o pastor colheu algumas destas bagas e as levou para casa. Ao fazer uma infusão das bagas obteve algo próximo do que conhecemos hoje: uma bebida amarga, porém com uma capacidade de proporcionar um “calor gostoso”, que suscita bem estar e animação.
História
Os árabes, desejando conservar uma planta então considerada preciosa, acabaram por proibir a exportação. Até o século XVII obtiveram sucesso neste intento, porém uma caravana de Muçulmanos conseguiu retirar alguns grãos do território árabe, fazendo com que no fim do século culturas de café fossem comuns em diversas regiões pelo globo, principalmente nos trópicos.
Os holandeses, seguidos dos franceses levaram a cultura de café para suas terras oceânicas. Em 1720 o café chegou pela primeira vez em Martinica (parte do território insular Frances no Caribe), passando dali a se difundir pelas Américas.
A palavra café é originária do árabe Kahwa, que quer dizer força. Mais tarde foi modificada pelos turcos para Kahweh, passando a ser ter uma sonoridade muito semelhante a adotada pelos latinos, o famoso café. É normal que se de denominação aos tipos de café de acordo com o seu local de origem. Temos por exemplo os cafés Martinica, Porto Rico ou Colômbia.
No Brasil
Em 1727 foram trazidas da Guiana Francesa por Francisco de Melo Palheta as primeiras sementes de café para o Brasil. Sob solicitação do governo do então estado do Grão-Pará, o sargento Francisco, acabou trazendo clandestinamente algumas mudas de café para o território nacional. Inicialmente o café foi plantado em Belém, no Maranhão e no Amazonas, tendo sido em 1770 levado para o Rio de Janeiro pelo desembargador J. A. Castelo Branco.
Alguns anos depois, através de mudas tiradas de chácaras de Barbadinho a cultura de café foi implantada por padres e bispos em várias fazendas em Inhaúma, Rezende e Campo Grande. Dali o café se propagou para São Paulo, atingindo o Vale do Paraíba.
Na região sudeste, mais especificamente no Rio, em São Paulo e em Minas gerais a cultura foi sucesso absoluto, passando mais tarde a se destacar no estado do Paraná, devido a famosa terra roxa presente por lá. Assim, em 1959 o Paraná passou a ser o maior estado brasileiro produtor de café.
Durante o começo do século XX o estado de São Paulo tornou-se um dos mais ricos do país devido a prosperidade da lavoura cafeeira. O poder do estado deixou-o em condições inclusive de, juntamente com Minas Gerais, instituir a política do Café-com-leite, que durou até a Revolução de 30. Algumas das variedades de grãos que sempre foram mais cultivadas no Brasil são: Crioulo, Bourbon, Amarelo e Botucatu.